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newsletter bulldog 37

Apreciar não só com o paladar, mas também com os olhos. O toque os aromas, tudo faz parte da degustação.

Olá, *|FNAME|*! Você já teve uma degustação tão boa, aquela experiência completa, que desejou que não chegasse ao fim? Eu tive uma esse final de semana e quero compartilhar com você.

Junto com o meu pai sempre fazemos alguns testes com diferentes charutos. Nesse final de semana ele me deu um para degustar, mas sem anilha e nenhuma informação além de que era um clássico e um charuto que eu já havia degustado. É domingo, não tenho pressa, pego meu charuto, a capa sedosa já me da a certeza de que a degustação será deliciosa. Sinto seus aromas e confirmo com ele se a bebida escolhida vai ser uma boa harmonização. Varanda pronta, uma poltrona confortável, bebida e água servidos, é hora de começar.

Começo apreciando a construção desse puro, as folhas bem torcidas no pé, a capa lisa e sedosa, ele é macio na medida perfeita. Trago ele mais próximo e consigo sentir seu aroma, as notas delicadas na capa de um cedro. No pé, onde consigo sentir o blend em sua totalidade um dulçor maior aparece.

Opto por um corte reto, tradicional, quero ter um bom fluxo para poder apreciar todas as nuances dessa fumaça. Antes mesmo de acender, a primeira puxada aumenta ainda mais as expectativas. Com muita paciência começo a acender o pé desse puro, não tenho pressa. A fumaça começa a surgir, e as notas de tabaco vão ganhando o ambiente. Ao fundo hoje, escolhi um vinil, sinto que esse clássico merecia o ruído de um bom disco e algumas das minhas músicas prediletas embalam esse momento. Estico as pernas, fecho os olhos e estou pronta para a primeira puxada.

O primeiro terço é bastante amadeirado e já no primeiro tiro eu sinto que é realmente um produto especial. O fluxo é perfeito e ele queima de maneira bem regular. Conforme sigo na degustação as notas de cedro persistem, mas o adocicado começa a mudar, notas mais tostadas começam a aparecer o que me faz pensar em cacau e algumas especiarias. Aqui a bebida torna a experiência perfeita, porque ela tem uma nota picante que é, na minha opinião o que faltava nesse puro. Eles se complementam perfeitamente.

Fechando quase duas horas de degustação ele encerra super elegante, sem amargar. As notas mais adocicadas ganharam ainda mais potência com a bebida e eu até diminuo um pouquinho o ritmo desejando que a degustação não termine.

No início já tinha o meu palpite, mas esperei chegar ao último terço para confirmar com meu pai qual era aquele puro de corpo médio. Um clássico, elegante e delicioso do início ao fim. Quando encerrei, já quase queimando os lábios, ele me confirmou o charuto e tive a certeza de que não é à toa que está entre um dos meus prediletos.

A verdade é que uma boa degustação envolve todos os sentidos. O ambiente, o som, a textura desse puro, seus aromas e seus sabores, a combinação deles com a bebida. Tudo torna a experiência completa e inesquecível, bom pelo menos foi para mim. Eu gostei tanto que decidi não só compartilhar aqui, em texto, como deixar vocês também provarem. Durante o mês de Maio você pode pedir pela minha degustação às cegas. o charuto vai chegar sem anilha, mas a bebida eu vou dar uma colher de chá aqui, foi um rum, o Havana 7 anos. Para deixar mais divertido, quem conseguir adivinhar qual é esse puro vai ganhar uma harmonização do mês para vir desfrutar aqui com a gente!

Boa sorte e, principalmente, boa degustação!


Eu quero a Degustação às Cegas!

Fat Wash

Fat Washing é uma técnica da patisserie na qual é adicionado uma gordura, seja vegetal ou animal, para dar mais sabor ao alimento. Mas o que isso tem a ver com você? Bom, há alguns anos em um bar de Nova Iorque Don Lee, até então chefe de bar de um dos maiores da cidade, decidiu trazer a técnica para a coquetelaria. Vale adicionar carne, peixe, manteiga, queijo e até banha na bebida e depois de um bom descanso é só coar. Na teoria parece fácil, mas eu te garanto que na prática não é tão simples encontrar o equilíbrio entre os elementos ainda mais se a ideia for harmonizar com um charuto.

O Marcelo Y. Prantoni, que assina toda a nossa carta de drinks, um dia chegou com uma garrafa diferente. Com poucas informações me passou as características da bebida para que eu pudesse sugerir um charuto para degustarmos juntos. Charuto escolhido, acendemos e ele serviu a bebida. Sozinha ela já é deliciosa mas foi com um puro de corpo médio que ela brilhou e assim conquistou um lugar no nosso bar.

O nosso Bourbon fat-wash é feito com manteiga, é sedoso do paladar, seu sabor é persistente e ao mesmo tempo delicado. Ele é polêmico, há quem ame e quem não, até por isso a ideia era ser uma edição especial e ele ficaria no bar apenas enquanto durasse o estoque, mas o sucesso foi tão grande que ele segue na carta. Então, se você ainda não provou, vem que o Marcelo acabou de preparar novas remessas!

A boa companhia

por Walter Macedo

Ninguém pode afirmar, cientificamente, que o charuto ajuda no desenvolvimento de um escritor, em sua busca por ideias inéditas e inspiração. Mas, certamente, ninguém há de dizer que atrapalha. Grandes escritores foram aficionados pelo charuto, e não poucas vezes revelaram ao mundo essa sua paixão. Freud, Hemingway, Mark Twain escreveram acompanhados da fumaça de seus puros. Outros, como Fernando Pessoa, tiveram na fumaça de seus puros a inspiração para escrever poemas dedicados ao charuto, “Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando” que se eternizaram, como estes versos de “A Tabacaria”.

O britânico Rudyard Kipling em seu poema “O comprometido” (Thebetrothed), começa com a ameaça da mulher “Você terá que escolher: ou seus charutos ou eu”, e ele mesmo respondeu com o verso “A woman is only a woman,but a good cigar is a smoke”. Por fim, escolheu o charuto. Nosso Machado de Assis também homenageou o charuto em seus escritos: “O charuto é um verdadeiro memento homo: convertendo-se pouco a pouco em cinzas vai lembrando, ao homem, o fim real e infalível de todas as coisas, é o aviso filosófico, é a sentença fúnebre que nos acompanha em toda parte”. Kipling, Hemingway foram agraciados com o Nobel de Literatura. Machado, Pessoas e tantos outros não o foram e nem precisaram ser para estarem na história da literatura universal. Há casos, como Jorge Amado, que foi homenageado ao ter uma das maiores marcas brasileiras levando o nome de uma de suas mais icônicas personagens, a Dona Flor. E para não dizer que não falei de Churchill, ele ganhou o Nobel de Literatura em 1953. Não escreveu sobre charutos, mas certamente foi acompanhado de tantos e tantos puros que escreveu seu fabuloso “Memórias da Segunda Guerra Mundial”.

Bons charutos!!

Charuto do mês

Se na última news falamos das características das folhas de cada região e dos puros, imagine um charuto que combina folhas de cinco países diferentes. A riqueza de sabores e aromas do Cao Consigliere é resultado justamente do complexo blend dele que combina folhas da Nicarágua, Colômbia e República Dominicana, além de um capote de Honduras e uma bela capa brasileira. Ele já é saboroso na degustação a frio e a cada puxada ganha mais camadas de sabor e aroma. Para harmonizar escolhemos o Boulevardier, o drink que é considerado o primo do Negroni, leva bourbon, vermute rosso e Campari.

O primeiro terço é mais delicado e as notas mais adocicadas são potencializadas pelo drink. No segundo terço notas mais terrosas ganham força e o fundo de especiarias fica perfeito nessa evolução de sabores. Ao chegar no último terço, onde uma pimenta ganha destaque, o drink equilibra a  degustação e faz com que cada gole leve a uma nova puxada e assim por diante. Uma degustação deliciosa, do início ao fim.

Durante maio, todo charuto que você degustar aqui na Bulldog é uma chance de concorrer a um Cao Consigliere. Além disso às quartas durante o Happy Hour essa harmonização ganha um desconto especial!


Venha degustar com a gente, faça a sua reserva!

*|FNAME|*, hoje é feriado e vamos abrir um pouquinho mais tarde, a partir das 14h. Esperamos você para curtir o feriado, degustar seu puro predileto, assistir a Champions (semi final hoje, 16h) e, claro, aproveitar o happy hour de maio!

Boas degustações,

Carol e Walter Macedo

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