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Da folha ao charuto

Uma das etapas mais famosas na produção de um charuto é a hora em que se enrolam as folhas de tabaco e o charuto toma forma, obviamente todo esse processo não é tão simples quanto parece. Para explicar um pouco melhor tudo isso vamos contar como funciona o processo na Dannemann, que tem a sua sede no recôncavo baiano e existe desde 1872.

Esse processo é feito somente por mulheres e aqui vale um parênteses. Em outras fábricas já é comum encontrar homens, mas antigamente esse era um trabalho exclusivamente feminino. Algumas pessoas atribuem isso a delicadeza feminina, outros a temperatura corporal (como acontece com as uvas para produção de vinho), outros a uma divisão de trabalho de séculos passados que acabou virando tradição. A Dannemann manteve essa cultura, mas tanto lá como em outras grandes e pequenas empresas de tabaco, vemos mulheres ocupando cargos em diversos setores como administração, marketing, agronomia, produção e distribuição.

Agora, vamos ao processo de montagem do charuto. O primeiro passo é separar as folhas para o enchimento, o meio do charuto. A qualidade e a quantidade dessas folhas são determinadas por um blender, uma espécie de sommelier, que desenvolve uma receita baseado nas folhas disponíveis.

Com firmeza e muito cuidado, elas seguram as folhas e as enrolam em conjunto para começar a dar forma ao charuto, após isso é conferido o seu diâmetro com um anel de cobre (todos devem ter o mesmo tamanho) e seu fluxo, com um maquinário específico. Caso as folhas fiquem muito apertadas vai ser difícil a fumaça passar, caso contrário será muito solto. Esse cuidado é fundamental para garantir uma boa experiência ao apreciador.

Passados esses testes, os charutos ficam em uma sala de acondicionamento por 15 dias até chegarem na forma desejada e então serem encapados. Nessa etapa, são escolhidas as folhas mais bonitas e após serem umedecidas e alisadas, as mulheres envolvem essa capa no charuto e então o cortam e fazem o acabamento da cabeça.

No caso dos charutos da Dannemann, eles ainda passam mais 30 dias descansando em um umidor antes de serem embalados. Após esse tempo onde os aromas e sabores são intensificados os charutos são selecionados por cor, ganham as suas anilhas e vão para as caixas, onde serão vendidos as tabacarias.

O processo todo pode levar alguns anos e o trabalho de enrolar um charuto leva em média 2 horas para cada unidade. É um trabalho delicado e complexo, por isso degustar um charuto exige tempo. É preciso parar e apreciar cada momento dessa obra de arte.