Esses dias estava na Bulldog, aproveitando uns bons momentos, tanto que demorei para me dar conta de que estava quase atrasado para uma reunião de negócios. Mas entre meus dedos queimava lentamente um Hoyo de Monterrei número 2, ainda pela metade.
Tentado a terminar o charuto e me atrasar mesmo assim, lembrei que meu cliente não apreciava charutos – e talvez não gostaria da minha justificativa. A pressa me transformou no pior carrasco daquele charuto ainda vivo – aquele que, sem conhecimento do procedimento correto, esmagaria sua ponta acesa no cinzeiro. Morte por sufocamento.
Percebendo o dilema, Itamar Pedresch, frequentador da Bulldog há anos, deu a dica: O charuto merece uma morte digna.
Segundo Itamar, apreciador de charutos há anos, a melhor forma de apagar o charuto para poder reacendê-lo depois era simplesmente deixá-lo repousando no cizeiro até que a chama se acabe.
Então basta remover as cinzas da ponta e guardar. Talvez não de volta ao umidor, pois pode alterar o aroma dos outros charutos.
De fato, quando o charuto é subitamente apagado, sua ponta fica compactada e a fumaça das cinzas impregna o tabaco remanescente com um sabor amargo.
E garanto, não é o amargo de um chocolate puro cacau… Além de deixar um cheiro ruim no ambiente.
Alguns experts recomendam também soprar o charuto antes de deixá-lo morrer, para expelir a fumaça e os óleos que possam deixar o mau cheiro de queimado.
Dessa dica, não se esqueça – todo charuto merece uma morte digna.